Pelo céu que...

E te odiar agora seria uma ótima idéia, mas eu te amo mesmo nessa hora infernais, onde sozinha e sem tempo bordo mais um crochê de final de semana, eu te amo justamente por isso: quando mesmo sem palavras me mostras que o amor vacila, e que lutar contra as circunstancias é bobagem, mesmo por dentro de nossas jaulas, estamos unidos. Mesmo fora de tempo estamos nós, e a cada passo que damos prende mais esse nó que está aqui, preso em minha garganta.
Eu te amo mesmo quando me negas o prazer de gozar, todas as noites sem sexo, te amo por me fazeres gastar minhas noites quentes e joviais de frente pra tv, te amo pelo tempo sem tempo, até pelo que te escapa, por desentupir a pia no sábado à noite, quando na verdade o que eu queria era uma cerveja, pizza, suor e sexo! Não dizem que é assim que a mulher moderna deve gastar o seu tempo? Sim, eu queria sexo, gemer de prazer, gozar como da primeira vez, suar, gritar, arder...
Procuro algo para fazer neste sábado de ruas escuras e desertas, lavo o banheiro como quem quer lavar a alma, tomo banhos e banhos, como quem me apaga o fogo, me masturbo mas sinto a vontade de alguém pra partilhar desta viagem, tomo chá, lavo roupa, panos de prato, tuas cuecas, filho da mãe!
Olho a rua e vejo o céu, desejando chover, desejando algo que me tire o tédio da descoberta, dói, fazer tudo isso comigo e sem você me dói, é difícil mudar e eu estou implorando que Deus venha, venha Deus! E me dê a paz de espírito, antes que eu me jogue na maré contraria do amor, quero, preciso e vou transpor essas angustias, esses dramas que são essências ao ser humano, dos amores, dos amantes, não quero deixar de ser tua...

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