Destinos traçados na maternidade, Marinês Navarro.

Nos vimos pela primeira vez no berçário do hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Eu era uma garota grande e loirinha, ele um garotão saudável. Essa foi a primeira vez que nossos olhares se cruzaram, cada um no colo das respectivas enfermeiras, indo pros braaços de suas mães - hora de mamar.
Cinquenta anos depois, estamos aqui cara a cara, agora com a real oportunidade de nos conhecermos de verdade. Já tinha ouvido falar nele, há três anos atrás, um caroca que mora em Floripa e tinha nascido no mesmo dia e ano que eu, amigo do meu amigo.
O cara era interessante e logo começamos a conversar, descobrimos amis coincidências nas nossas vidas. Ele tinha nascido dez minutos depois de mim, e na mesma maternidade. A conversa fluía com tanta intimidade que logo reconheci que aquele só podia ser o garotão que chorava a noite inteira no berçário e não em deixava dormir.
Mera coincidência ou será que nossos destinos tinham sido traçados na maternidade. Será?