Jô Bilac

Não me perturbei com nada. Pois a grandeza de tudo vinha a mim por outros acessos.
A minha deficiência fazia com que eu sorrisse o tempo todo. Pontuei meus dias com sorrisos. Descobri, numa ação simples uma arma potente para uma comunicação infalível.

E assim, passei a comer, provar, mastigar, beber, beijar, degustar, saborear, experimentar, ruminar, solver, lamber, chupar, morder...

...Tudo sorrindo...

Assim...

E ficou tão automático que ganhou sinceridade.

sério

Eu não simulava mais nada. O sorriso vinha como resposta imediata na minha expressão bucal. E olhal também. Não sorrio só com a boca, mas meu rosto todo sorri. O rosto de qualquer pessoa sorri. Mas tenho a impressão de que o meu sorri mais, não sei o porque.

Eu me tornei um ser adorável

Adorável pela minha inofensibilidade

Adorável, por ser toda sorrisos

Eu sou adorável...

(Fluxorama, Jô Bilac)

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