Michel Melamed.




Tenho interesse pelo o que as pessoas fazem. Não sou jornalista, minha proposição no programa é mais de anfitrião, um artista que está recebendo artistas. O centro desse encontro é o próprio encontro, muito mais do que assuntos factuais. Lógico que tenho a preocupação de me preparar para encontrar a pessoa, e de levar o entretenimento com o confronto de idéias. Outro dia eu estava lendo o livro de um cara chamado Pierre Bourdier, que fala que na televisão as pessoas fazem o teatro do ‘estamos fazendo alguma coisa’. Tento fazer com o Recorte um painel plural da produção cultural brasileira, não quero fazer juízo de valor. São muitos motivos, provavelmente há muitos outros motivos que não sei... (RISOS) E esses são fundamentais, estou sempre me perguntando porque eu faço esse trabalho.
Isso é bom! É sinal de que você está pensando no que você está fazendo, não é um trabalho autômato. Quando você pergunta ‘por que estou conversando com essa pessoa agora?’, há uma possibilidade de (re)avaliação e transformação. O que se aprende entrevistando é incrível, a experiência do Recorte é interminável, é linda..
Ah, poderia dizer que sou ‘regurgitófago’. O tempo todo eu estou engolindo tudo e vomitando tudo e vomitando tudo e engolindo novamente...

(Michel Melamed, em entrevista a o blog de Ramom Melo)

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