Encantada, não mais!

E se vai o dia, chegando a tarde.
Ela sai arrumada, armada para a vida. Para a descoberta que parece escurecer...
Estou louca, ou a vida está me perseguindo? Caminhando pelo mar encontra uma concha branca. As ondas batem na areia branca, como se reafirmasse que há uma vida maior que ela.
E que se tudo acabar agora, ainda existe algo maior. Ela não faria falta a ninguém! As redes de balançar dedos já não a inspiravam tanto.
E ela se sentia sozinha, por entre mares e concretos, coisas acontecidas em instantes, em segundo que nos separam!
Podemos sentir saudades do que não aconteceu?
Sentir no peito uma dor estourada, que em palavras se tornam vazias?
Vazia, assim como eu. Como o vaso azul que decora a minha sala!
Vazia como as pessoas que encontro, querendo silêncios. Mentindo!
Porque me sinto só, em meio a uma multidão de amores? Muita gente, muitas cores, muito sexo...
Feliz e vazia estou!
Encantada, não mais!
(17/01)

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