T(r)em.

Meu trem já não era pra andar
Estava parado
Fixando os olhos no destino do que vi
O amor, seus desmaios de ser livre
Eu passando por aqui
Nas ruas, no calçar de tua boca
Que daquele dia resta apenas o pó
As pedrinhas feitas da saliva branca de nós
Meu trem quer seguir pra lugar nenhum
O amor devaneia, de vez em quando
Nivela a vida ao mar
E só nos resta querer beber pra mais sede ter!
É uma vida sem acento, sem pontuação
Sem agir, regada a espanto de trem parado pra continuar
É uma parada cheia de falta de ar
E o mar acompanhando a beira do trem
Perto do laranja do rio
É um completo por do sol ao lado do caminho que se ama
O medo de amar é só o medo de ser
Livre essa vida que sigo parado no meu trem

Comentários

CurAtivos