UFA!

Despedir-se, despir-se de uma ideia, de um afeto, ou do que até pouco tempo nos movia, e fazia andar.
O que agora só faz gemer, me treme tudo, me confunde.
Porque os fazedores de arte se tornam tão duros consigo, e com os que alicerçam seus passos? Poderíamos nós vivermos sem pessoas? Sem pensar?
O que fazer quando a clareza das mesmas falas que emocionam, não dizem verdades de si?!
Preciso que as coisas fiquem mais claras, do que o inverno que está em meu peito, porque eu, assim como os dias frios, espero uma chama pra que eu possa voltar a sentir algo.
É interessante, hoje eu não quero sofrer, por uma questão de escolha. Não é que me falte motivos para tal, é que eu não quero investir nisso agora, quero mais que as palavras possas estar claras, e me aqueçam em dias mais claros.
Queria que o teatro que muda tanto a vida de quem faz, pudesse mudar verdadeiramente o pensamento de quem faz!
Que as palavras que desintegram e atualizam, fossem ditas com a emoção de estar em cena, por entender que assim como o ator, os seres humanos são doentes e procuram a libertação de seus pensamentos, porque o que está dentro já não cabe apenas para um mundo só! Queria que pudessemos colocar um pouco mais de delicadeza na vida, para que ela - A VIDA pudesse nos dizer, ou pedir algo. Artistas são todos os seres humanos.
Seja rico, seja pobre
Seja branco, seja preto.
A vida é, o que a gente faz de direito, hoje quero que a felicidade me invada e me acenda para algum sentimento que me sirva. Porque hoje eu sou só o desejo de ir, como quem não quer chegar, porque nunca fui de nenhum porto, se eu fui algo, devo ter sido pássaro, que tem além de ar, uma vida curta e feliz! Desembestado na procura...
Perto do sol, perto das árvores e do ar.
Eu hoje estou perto do mar, perto da chuva, e qualquer água se torna rainha da minha poesia, salve-me minha mãe Iemanjá!
Salve-me folhas e peixes, salve-me pingos desembestados a cair, salve-me até o sol raiar.

Hoje, eu sou só o desejo de ser um, de ficar só, feliz pelo vento invadindo a casa, a mente, e a máquina a bater roupa!

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