volta pra sonhar.
tudo suspenso
nada de chão
tudo é ar
tudo em mim é passarinho.
tudo é abestalhado.
aceitei com breve
engano
os tiros que racharam as paredes de vidro: os pés cortados, a boca seca, os dentes amarelos, a alma virada ao avesso da vida.
eu não caibo dentro.
fora daqui.
não cabe ser mais do que.
eu.
tudo vira pó.
o tempo sangra.
nada compacto. tudo é ar.
um espírito avoado.
a vida é nômade, descubro.
e o tempo arde no estômago, na cabeça,na língua, na vida.
o tempo é meu aliado pra fazer dessa poeira o pó da existência futura, o pó de um novo homem despedaçado para a nova vida.
a cara dói, nos ossos não cabem mais as máscaras de prata.
passo o pano na casa e sai o pó.
fecho os olhos e volta tudo.
a n o r m a l.
volta
pra
sonhar.
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