deleite (im)possível ou a rua é deserta demais para nós.

chamo pelo teu colo
meu corpo precisa com o seu
cruzar.


chamo pelo teu nome e ninguém ouve
ou eu grito baixo
ou o amor só se houve em silêncio.


na calmaria dos carros a passar
pressa
e na fumaça a alagar meu pulão de outra cor.


sim! meu corpo precisa com o teu
cruzar.


na encosta da rua
chamo-te pelo meio fio
desfaço-me em lama


chamo pelo teu nome na cama 
no corpo de alguém que guarda 
o teu perfume.]


sim! meu corpo precisa com o teu
cruzar.


na esquina entre ratos e lixo
chamo pelo teu nome
como num cio.


e nas pedras os meus olhos quer com os teus
cruzar.

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