pela luz que me alumia ou mais uma de amor.

"...minha fome é matéria que você não alcança. se choro, quando choro, quando choro,

 e minha lágrima cai. é pra regar o capim que alimenta vida. 

chorando eu refaço as nascentes que você secou..." (Maria Bethânia).

No final, tá tudo bem. a vida passa, os rios passam, até a dor passa.

quem diria que você iria ficar?

no final você sairá pela porta de entrada, assim com os outros, que passaram e fizeram passar a minha existência, entre medos e ansiedades. entre os meus melhores desejos. 

e os meus melhores desejos foram teus. meus melhores olhares.

que me importa estar apaixonado? que me importa aquietar os olhos quando o mundo é tão grande, bem maior que o meu desejo?

espero um amor que me deixe livre, sem amarras e com responsabilidade. sem precisar olhar mensagens em celular, em facebook, uma coisa de verdade e leal.

nós queremos muito e esse desejo faz criar nós nas gargantas alheias, nos olhos e nos corpos que já estiveram nus e assombraram esses mesmos olhos. 

cada um faz a escolha que seja melhor ao desejo individual, ao sexo, a fome. não dá pra pedir nada quando se trata de sexo, quando se trata de fome. alimente-se! no final das contas, quem saberá? um Deus que eu já não acredito? você que nem está me vendo?

não foi sexo e não teve nenhuma importância, se eu justificar essas coisas assim, a vida será mais fácil. a corrupção será mais fácil, os roubos, os assassinatos. afinal de contas, todos esses agiram por impulso, não?

responsabilize-se pelas vidas que você traz pra perto de si.

me dói muito ser legal, até eu esperava maldizer toda a sua existência até a sua infinita geração, mas eu não sou assim, infelizmente. aos seus olhos posso parecer estranho, sem graça, pouco interessante. e é o que sou. 

não vou me transformar nisso, porque tudo o que eu acredito estaria destruído. não, eu não me espanto com atos de deslealdades, eu me espanto com reciprocidade, com poesia, com amor. me espanto com o mais difícil, ser superficial é muito fácil. e é o dificil que me mantém vivo e desejando vida.

não misturo, não me dobro. vou agora ali, buscar uma poesia pra preencher grandes espaços vazios que você e todos os outros que passaram me deixaram. agradeço por terem me mostrado que essas lacunas, podem ser preenchidas com arte, a minha. e essa alegria da descoberta, nada me arranca. nem mesmo você.

vai passar todos esses socos no estômago que as minhas lembranças me dão agora e eu vou seguir, sorrindo se possível. qualquer dia a gente se encontra, dá umas risadas. dá uma quem sabe?!

a vida é muito grande e as minhas lágrimas são só pra regar a vida, a terra...

seja. seja feliz. ame sem medo, faz mal não!