dos gardênias ou antiguidades reprimidas.

me calo. essa palavra não é poética.
a chuva faz sexo com o amor, descaradamente aos meus olhos.
minha volúpia é rasteira como as flores roxas que brotam do asfalto.
onde fincam suas raízes? como nascem do preto quente e sem perspectivas?

minha loucura é copo de cerveja e algumas carteiras de marlboro.
me corto com a palavra adormecida. minhas palavras.
estão podres.
estão pobres.
talvez mortas

tiraram me o sangue à ferro
te dei o sangue
tirei a capa
sobrou o osso

fizeste deles fogueira só para te aquecer...

o nu do meu corpo parece uma pintura abstrata
te ofereço colo
nos meus seios
calo(s)
no meu regaço te calas
me galas

e não esqueça que eu ainda estou morta

(...)

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