das passagens ou ele vai chegar.

para Adélia Danielli, poeta e diva inspiradora das minhas palavras.

queria roubar uma palavra
ou você pra mim
aborto cada segundo da tua ausência
ouço buzinas
ouço o celular que eu não tenho
chamar
escuto teus passos baixinho
na casa que eu não tenho

e alguns chamam lar
vou e volto mil vezes
na s tragadas do cigarros que fumo
observo tua imagem na fotografia imóvel

não consigo te dizer nada que seja doce demais
tenho medo do açúcar que supura minhas entranhas
não reconheço mais essa imagem refletida no céu
daqui do quarto que divido com tantos

minha cabeça anda confusa
meus pés coçam a cada segundo
e eu quero ir em busca
de alguma coisa que as pessoas chamam de
amor amar

preciso me abrigar de novo
deixar romper a represa
que anda palpitante em instantes de mim
há um entra e sai de horas
do fundo dos meus olhos

um tanto cansados
um tanto selvagens

tenho medo das cicatrizes
penso que a cada instante
elas podem voltar a sangrar

ando com medo da minha pele de dentro
busco um espaço vazio que há em mim
não encontro

não me prepare nada
não me pergunte nada

hoje sou só perguntas e desejo de ser náufraga

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