sobre os acontecimentos diários ou inquietudes diárias.

A gente esquece de coisas simples que podem colaborar para que os pássaros permaneçam mais perto ou que voltem com mais frequência, pouse, habite em nós. O pouso se torna menos constante quando nos tornamos impessoais. Aí tem um lance do medo da entrega, depois vem a segurança de cais, aí esquecemos que entre o barco e o cais, existe o mar e pode ser que uma hora a âncora suba e o barco queira navegar em águas mais profundas.

Isso nos impede de um oi, como vai? já almoçou? como foi seu dia? Desacostumamos tanto que o pensamento primeiro para perguntas como estas é: esse rapaz esta dando em cima de mim, eu te vi ontem, pra que tantas perguntas? Mas hoje é uma outra vida e eu gosto de estar por perto, compartilhar sonhos, medos, angústias, risadas! E não estou querendo te levar pra cama. Te levo só se for pra cafuné, filmes, pipocas e outras alegrias.

Parece que vivemos esperando um amor distante, para mim, não é conto de fadas querer compartilhar coisas simples e românticas com quem amo. Quando amo, parece que um já é o outro, é isso que acontece com os meus amigos, onde foi a experiência primeira do poli  amor, do amor livre, sem o sexo como primícia básica entre nós, há uma liberdade de se deixa encontrar e não impede, estamos ligados uns aos outros para falar sobre a novela, sobre os acontecimentos diários e mais comuns que sejam, há um derramamento de sonho e de entrega que só quem sente e está aberto para receber pode entender, ou não... 

Há um embrutecimento, tenho percebido, da nossa possibilidade de abertura ao outro, deixar-se fluir, são inquietudes que permanecem diárias, que não mais angustiam.

Fico imensamente feliz quando alguém me é pessoal: gostaria de estar contigo, como vai? como estão seus dias, ei ainda existe tempo para saudade nessa confusão em que vivemos, sou família demais? carente demais? sou alguém que tem o livre arbítrio para querer me derramar, ler poemas juntos, viver a tarde com duas xícaras ou mais de café, a distância é apenas um fio que pode ser amenizado pela redes que balançam, ou não. 

Podemos balançar a árvore, a rede. Deixar o coração bater mais forte, oxigená-lo para as re-conquistas, para as re-aproximações, aprendemos isso quando somos crianças ou adolescentes brigando com os irmãos, primos, com os nossos pais e depois podemos oxigenar a alma e ir de encontro ao aconchego de quem nos ama, é preciso preparar a árvore, a casa, os sonhos e o nosso dentro para recebermos o pássaro que quer nos habitar

(...)

"Românticos são loucos desvairados..." #VanderLee

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