das esperas ou meu corpo deseja notícias suas

esperei
esperei

no vermelho amargo da retina dos teus olhos

que avistei de relance
demorei pra dormir.

esporrei
sedas
líquidos
quenturas

tudo pelo vermelho amargo dos teu olhos

que eu não vi.

sonhar que viu seria a mesma coisa que te olhar por dentro?

esperei
esperei.

a sede estranha de algum álcool forte.

a denúncia do meu corpo com o sangue fervendo.

calei
calei.

nessa tarde acinzentada
entre as janelas que me observam.

cantei
cantei.

e a sede estranha voltou com o desejo amargo dos teus olhos vermelhos
cansados dessas noites em que não se dorme com o sangue fervendo.

#ThiagoMedeiros #PoemaDaHoradoCafé.

Comentários

CurAtivos