dos terremotos internos ou intentos de agosto

o cheiro do sangue acumulado no chão da casa
anunciando o que sobrou de ontem.

a toalha molhada

os mapas desenhados com sangue coagulado
no meu corpo e no dela - sinais de destruição mórbida

embriagados.

o silêncio que lateja na pele
o café no silêncio - sem açúcar

explica - me, por favor, essa ânsia que o amor quer destruir?
explica - me, por favor, essa saga de almas inquietas?

o sono chegou rápido, molhado em lágrimas.
suou a cama inteira de noites aperreadas.

me explica, por favor, o que fazer com os amores que nos destroem inteiros?

me explica, por favor, como é que calado poderemos desenhar o eterno?

não existiu, não resistiu, a embriaguez falou mais alto.

partiram para o ataque, partindo o corpo, a voz, as retinas.

e no final tudo era escuro.

#ThiagoMedeiros #PoemaDaHoraDoCafé

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