ligerabilidade ou o café espera.

Pensava que a vida devia correr mais rápido. principalmente a minha, obvio.
mais rápido do que o sangue. do que os três segundos de espera para que a internet volte a funcionar. mais do que a máquina de lavar. mais que tudo. em um breve consenso disseram que a gente é mais veloz (e furiosos, porque não?). disseram tudo. só não ensinaram a gente a crescer.

se crescer fosse só amadurecer aparentemente. seguiria o caminho tranquilo. deboas. fingindo. e sorrindo SEMPRE.
eu falo crescimento mesmo de osso, de cabelo, de unha.
a casa. a roupa. o dinheiro. a comida (ossos à parte dos que se dispõem a crescer).

às vezes, é necessário nos ouvir com o coração: a casa. a vida. o tempo. nós mesmos.

(esse papo está auto-ajuda, há quem não goste, mas quem está escrevendo sou eu no espaço que me foi possível, eu escrevo "como se estivesse salvando a vida de alguém, provavelmente a minha própria...").

afinal de contas. perdemos o espaço. o momento. os amigos. com quem podemos exercitar os nossos amores. as nossas escutas. para "ser livre" é preciso independência. é necessário percorrer os caminhos que não darão em um lugar de afago. de afeto. de família. perdemos o gosto de sermos cuidados. a casa precisa de cuidado. o cachorro. a rede social. imagina você? imagina eu?

é porque eu preciso ver e ouvir a casa com o coração.é porque preciso ouvir as pessoas que realmente pulsam o meu coração em uma via de mão dupla. eu gosto que me ouçam com o coração. entre o banheiro e a cozinha eu me perdi três vezes. há quinze dias atraso a hora do remédio que disseram que seria para acalmar o sangue e o meu coração, porque os dois estavam ligeiros demais para o meu porte de 1,62 de altura. os remédios brancos que me indicaram serviram de um espaço em branco. com todas as misturas possíveis para que eu e o meu corpo. eu e o meu coração. parássemos e nos olhássemos com menos fúria. certos de todos os enganos que sofreram. certos de todo o engano que fizeram e perdoando a si porque para quem está crescendo. as perdas são constantes. nada satisfaz e o que o corpo e o coração mais desejam é ficar em paz.

como se olhando para o nosso mundo com o coração. o amor brotasse e melhorássemos a humanidade. de fora dos meus mosteiros. das minhas fortalezas. mas tendo a certeza e a coragem de quando for necessário. saber que preciso e posso voltar.

Comentários

CurAtivos