um ode a paisagem ou a passagem de um sonho

são exatamente 00:00. sonhei com uma festa. diferente eu estava em uma casa grande, parecia com alguma que eu já morei, em tamanho maior. os melhores amigos estavam nela, uns cinco ou seis. tinha mais gente. eu tive medo do sonho porque ele estava massa. é engraçado isso. falei para um desses amigos, um desses que a vida faz recanto. que são os anjos que falou Clarice e que falou outras tantas outras pessoas. e na insistência poética das nossas palavras chegamos a uma conclusão mais poética e real impossível: estamos a todo momento conectados a quem queremos bem. quando eu faço um poema. quando tenho uma boa notícia. quando leio uma coisa interessante. quando vejo uma cena na rua. quando (sempre) me apaixono. quando realizo o memórias do alecrim. em todos estes momentos. estou em sintonia com quem eu quero bem. mesmo que eu desconheça a recíproca, mesmo que esta nem seja verdadeira. há alguns anos eu vivo nesse voo, nesse pouso. minha família. meus amigos de rocha (que são amores eternizados nas carnes de dentro). posso não ligar. não falar pelas redes. não responder as mensagens (às vezes, eu quero escrever do que um tudo bem, aí às vezes demora a hora do back, do álcool, de ficar um tempo com João, de tomar um banho e gozar gostoso, e isso, às vezes, demora um, dois ou até o final de semana inteiro - ariano), posso passar anos sem ver. mas eu aprendo que amor é mais que corpo. que mesmo os poucos amores que foram antes de mim, deixaram mesmo uma semente, alguma coisa por dentro, a ponto de lembrá-los com felicidade (eu que temo a toda despedida). eu acredito nas conexões possíveis. que ver uma lua imensa como a da terça é capaz que todos aqueles que eu quero bem tenham também visto e sido iluminados por ela. dentro da minha retina. dentro do meu coração apressado e acelerado (de fato). os acontecimentos últimos do meu retorno de saturno me trazem uma certeza de que é um sopro. é um instante mágico. e a gente se foi em corpo. e nunca mais haverá abraço. eu te amo. uma briga à toa que seja. alguém pra morrer de rir. se embriagar. aprender. crescer. evoluir. porque tem horas que não dá pra seguir só. e eu ando sentindo muita vontade de estar perto dos que eu quero bem. uma despedida. um pedido de abrigo. não sei. nem penso. eu me entrego de verdade ao que me exorta o coração. estou procurando ser agradecido mesmo quando eu não sou procurado. sou agradecido a preguiça e o medo de acolher em minha jornada novos amigos (portanto, se eu fico em silêncio, ouço tudo que você me fala sem interromper, não tomei um porre e um café. não, você não está ainda, no jardim do meu sangue). sou agradecido ao universo. a Deus. a Nossa Senhora. e a oportunidade de estar perto de João. acompanhando uma saga de aprendizado. sem saber falar. como se comunica. como sente a quem ele sente amor? e ainda dizem que criança é inocente.
e depois dessa viagem ao centro da gente, chegamos a uma conclusão, eu e o amigo-anjo: "onde não puderes amar, não se demore". não perca seu tempo pra nada: ensaio, amor, sexo, chapação. se não quiser ir. não vá. faça o que você estiver disposto. afim. querendo de veradade. quando a gente quer. o desejo não mede geografia, sexo, intelecto, classe social. quando o desejo de pertencer chega no outro a gente sente dentro que é hora de seguir o que ele nos propõe. eu sou apaixonado por todas as pessoas que eu quero bem. APAIXONADO! eu tenho tesão de estar com elas. eu me emociono. eu me lembro delas. eu desejo a presença. eu quero falar todo dia (às vezes, UM DIA). obrigado a toda a inspiração pra fazer de um sonho, uma análise de um ariano, no seu retorno de saturno.

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