Desnuda.

desde que aprendi a rezar
não liberto e nem entrego
as contas do meu caos

respeito e entendo
revendo meus pedaços
espalhados pelo chão

recolho as navalhas
e com ela aparo corto uma parte dos cabelos
raspo os ossos em algumas partes

redecoro meu ambiente
o trovão de ontem
me anunciou

a chegada do inverno
e eu me dei conta que sabia rezar

já não busca mais nada
náufraga de chuva

sem métrica
sem rima

e sem uma prata

cortando os fios da casa
com a navalha nas mãos

e todo um deserto a percorrer sozinha:

quando é onde o agora?

digo silêncio

...

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