inquietação.

gota por gota
o sopro da rosa dos ventos
o escuro quando desligam as luzes sem permissão
e me deixa obtuso em um silêncio ao contrário
coberto de pele e a vida soprando a poeira 
e me fazendo possível à poesia
eu me angustio por sermos só nós dois
neste metro quadrado de vida
há quem entenda?
que sinta o magnetismo da vida se refazendo?
aprendemos a ser espectador do melhor
do bom e de todos os brilhos e lantejoulas
o que se refaz em silêncio
como o horoscopo diário
como o café depois de acordar
o teu deitar de bruços
a minha inquietação de ter que permanecer no mesmo lugar da cama a noite inteira
como pode acreditar se isso não vês?
se durmo sozinho, no escuro, em silêncio
apagar tudo, fechar os olhos e dormir no silêncio escuro
é só o que te posso dizer
da vida que se refaz lentamente numa rapidez inimaginável
somos vivos e temos fios de esperança
itinerários e rotas a serem desobstruídas
suave, selvagemente
e não duramos uma eternidade sequer.
...

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