Maio.


Parecia que a insônia hoje ia dar uma trégua. Depois de um final de semana exaustivo entre reprogramar, replanejar, respirar. 
Parecia que estava meio zonzo de sono. Estava feliz porque há pelo menos uns três anos, não tinha sono antes das três.
Estava feliz porque amanhã começo uma nova jornada às 08 da manhã.
Ao invés de ter me rendido ao sono, me rendi ao poema que é quase insônia quando quer sair. Ele dá as cartas.
Deito no sofá pra tomar um chá, fumar um cigarro e ler uns livros que ganhei de presente de aniversário achando que eu não seria afetado ao ponto de chamar Michelle (essas parcerias que embarcam no barquinho de papel pra deixar ser correnteza) a inspiração não cessa. Ficamos até as duas e meia produzindo, tecendo, construindo experimentações para o que desembocará na nossa nova peça. Pensando através da poesia como estamos para receber um novo amor, se há amor, preocupados com um. Sorrindo para outros. Fizemos feliz um e certamente nos respiramos a alma um do outro.
E tenho certeza que se uma hora o sono quiser chegar, dormir e em paz e me entregarei à ele com a mesma intensidade que me entrego à poesia, ela muda o sentido do caminho, da vida e do que acredito e quero para a minha alma e para minha profissão, afinal de contas, era dia do trabalho! E se por acaso amanhã o cansaço bater, estarei feliz, realizado e pleno porque estava sensibilizando a passagem das horas do meu tempo trabalhando naquilo que mais gosto de fazer! A poesia, a palavra é vento que bate dentro e fora. É ser vivo que pulsa no melhor de mim.
Que maio venha cheio de saliva por todos os poros. Que seja um novo ciclo cheio de esperança. A força que nunca seca - a poesia sempre estará em nós! É não o que? É sim demais.
Maio é o mês do sim! 

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