Mangue.

No arrastar do mangue
Sentindo o cheiro dos teus passos
Invento um milhão de você
Em todas as caras
Em todos os gestos
Tomo goles generosos da ausência do teu rosto
Mas vem uma febre de mangue
Um cheiro de mangue
E o agradecimento de lama
Que antes de ser teu rosto
Teu gosto, ou teu nome
O que gozaria seria toda a poesia 
Encostada na parede, sentindo a lama passar pelos meus pés
Pelas minhas mãos escorrendo como lama, de cheiro forte, mais um amor perdido
Sumindo em cada garrafa rolando no chão
Ausência que não seja falta 
E que nunca falte o exercício de querer te ver pelas lentes generosas da poesia

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