corpo.

eu que sou todo corpo
parte do que é possível
do que eu quero ser
“eu que só sei ser impossível”
flor que teima em crescer entre a poeira da ruína da casa que fui
esqueço o caderno, as chaves, o remédio
-  nessa bolsa que troco diariamente
esqueço de todo o mundo um pouco
o amor aceso por dentro
d i a r i a m e n t e
pra conseguir existir
c o t i d i a n a m e n te.
"eu que sou todo corpo" e sei
"esquecer não é crime"
esquecer é cio para este coração cheio de vespas
- esse coração que nunca emudece.
Lembro as palavras todas nas ruínas
da casa que um dia fui ou passo a ser
d i a a p o s d i a
E essa inadequação de habitar
Acendo despertenças 
nas casas que não quero ficar

cato o melhor
que às vezes é o pior
que ficou da ruína
diária
que
somos.

...

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