9 9 6 3

folheio o caderno antigo, encontro teu número anotado

eu sempre fui de querer levar o que gosto comigo:

discos, livros, cartas, postais

desde o dia em que desapeguei

desejo apenas tua respiração ofegante por trás

tua demora ao gozar se embrenhando em todas as minhas camadas de pele

e o grito e o espasmo depois de mais uma noite

apago teu número, mas ainda sei gritar.

P/ M alecrim, 6.15.

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